quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Idade Mídia e Educação

Dois acontecimentos, nestes últimos dias, me fizeram refletir e me motivaram a escrever sobre este tema: o primeiro foi a morte de Steve Jobs – fundador e líder da era digital e um dos principais responsáveis pela popularização da tecnologia que, consequentemente, transformou a relação entre o homem e a máquina – e, o segundo, a minha participação no 2º Seminário Ler para Saber Mais, promovido pelo Jornal Gazeta do Oeste, onde tive o prazer e o privilégio de conhecer três conferencistas de peso: a educomunicadora e jornalista Amiga da Criança Cristiane Parente, o escritor José de Castro e o educador, psicólogo, escritor, compositor e músico Jorge Trevisol que, embora abordando temas distintos, contribuíram para que todos os educadores presentes se conscientizassem da importância e da necessidade de utilizarem os novos recursos como suportes midiáticos, em sua prática escolar, com o objetivo de oferecer uma educação de qualidade e poder acompanhar a evolução deste período contemporâneo que podemos chamar de Idade Mídia.


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Não podemos esquecer que a penetração das máquinas inteligentes, no cotidiano da sociedade, é incontestável. Assim nos vemos diante de um desafio: deixarmos de ser imigrantes digitais e aprendermos a utilizar esse tipo de linguagem, essa tecnologia, com fins educativos, para melhor interagir com os nossos alunos que nasceram em um contexto midiático e, naturalmente, estão familiarizados com ele. Quando os proibimos, por exemplo, de utilizar o celular em sala de aula, estamos querendo que eles se desassociem de algo que faz parte de sua vida – invariavelmente, esta medida tem o poder de gerar polêmica e muitos aborrecimentos. Então, por que não usar esses aparelhos como suportes pedagógicos? O professor poderia dirigir produções textuais (por exemplo, pedir que os alunos redijam convites, avisos, bilhetes, poemas e os enviem aos colegas. Em seguida, estes poderiam lê-los em voz alta), navegações na internet (pesquisar o significado de um vocábulo desconhecido), trabalhar músicas (para a escola que não dispõe de internet, solicitar, como tarefa de casa, que façam o download tanto da letra quanto do áudio ou vídeo de uma música a ser trabalhada na aula seguinte), entre outras atividades, de acordo com sua criatividade, através dessas máquinas inteligentes. Sair das práticas pedagógicas usuais pode ser algo gratificante, prazeroso e até surpreendente. Se tivermos disposição para aprender e humildade, nossos próprios alunos poderão nos ajudar nesse processo de familiarização com os meios de comunicação atuais e as diferentes mídias – a cibercultura.


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Para cumprir o seu papel a contento, a educação, na Idade Mídia, deve formar cidadãos/usuários criativos, críticos e engajados. O campo da educação já está povoado das tecnologias de informação e comunicação. O que falta a alguns de nós, professores, é dominar as novas linguagens dos suportes, reformular nossas metodologias de ensino e as finalidades da educação. Isto feito, teremos condições de realizar um trabalho – cada vez melhor – de forma contextualizada, prática, inteligente, isto é, a nosso favor.

Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo com você, Josselene. A criatividade essa geração tem. Saber como fazer às coisas, eles sabem. E outra coisa: a era é da tecnologia digital, com cyberespaços, mídia eletrônicas, etc. e tal. Tentar reverter um quadro desses, por exemplo, em sala de aula, é perda de tempo. O melhor é fazer como você colocou: trabalhar essa inteligência em prol da educação deles. Acredito que haja, nas escolas públicas desse nosso Brasil, muitos Steve Jobs. O que precisa, na verdade, é uma oportunidade de estudar o que lhes interessam
Abraço,s
Raí