terça-feira, 15 de março de 2011

Japão: poesia no infortúnio

Japão: castigado pelas forças da natureza.
Imagem do Google


No Brasil, ontem, foi comemorado o Dia Nacional da Poesia. A princípio, pensei em presentear meus preciosos leitores com um poema de amor ou uma produção que descrevesse uma linda paisagem sob conceito particular. Infelizmente não consegui redigir nenhum deles porque, nesses últimos dias, minha mente tem sido ocupada pelas imagens da tragédia provocada, no Japão, pela força arrasadora da dinâmica do interior da Terra.

Convenhamos que é impossível permanecermos insensíveis diante de algo tão devastador, que nos dá a dimensão do quanto somos frágeis quando atingidos por essas manifestações da natureza.

Para compor o meu texto, eu buscava a terminologia do meu cotidiano (alegria, amor, beleza, paz, tranquilidade, leveza, encanto, mar calmo de águas límpidas, céu de nuvens brancas, noite enluarada...), mas, em seu lugar, saltavam, numa dança frenética, palavras e expressões tais como alerta máximo, tragédia, sismologia, escala Richter, epicentro, ondas elásticas, terremoto, maremoto, Tsunami, eixo da Terra, amplitude, invasão, magnitude, vazamento nuclear, escuridão, chuva ácida, reatores, plutônio, superaquecimento, urano na atmosfera, entre outras com as quais, dificilmente, eu seria capaz de fazer combinações para atingir o meu objetivo.

De repente, bateu-me uma angústia e iniciei um solilóquio na esperança de que Deus me escutasse. Foi então que percebi, arrastando-se bravamente em meio a esse turbilhão, um grupo de palavras que me aliviaram a alma. Quase irreconhecíveis, visualizei as sobreviventes: esperança, fé, firmeza, coragem, solidariedade, luz, confiança, reconstrução e recomeço.

Assim, de ânimo renovado, estou aqui a escrever estas linhas como forma de demonstrar ao povo japonês que ele não está só, que há pessoas se importando com o seu drama e torcendo para que esse momento de crise seja superado no menor espaço de tempo.

Copyright 2011©Josselene Marques
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5 comentários:

Sara Ghita disse...

Guria,
Tu me surpreendeste com teu nivel de sensibilidade e tua admirável criatividade ao revelar tuas impressões e teus sentimentos sobre essa tragédia.
Aplausos...

Sara Ghita
Caxias - RS

Ale disse...

amiga , comparto plenamente lo que dices y sientes . Nosotros nos vimos afectados hace un año atrás con el terremoto y sunamí en Chile y lo de Japón fue mucho mayor . admiro la cultura de dicho pais , su comportamiento frente a estas situaciones y por eso se , que se levantarán pronto .
Cariños , Ale

Magda Marques disse...

Selene, inicialmente, preciso te parabenizar pelo nível do texto... PARABÉNS! Cada vez melhor!
Realmente, é impossível não nos sensibilizarmos com tamanhas perdas...
Ainda bem que a maioria dos seres humanos consegue ser resiliente nesses momentos; com otimismo tudo fica mais fácil de ser superado.

Bibi disse...

Joss: Gosto tanto desse pensamento: "Convenhamos que é impossível permanecer insensível diante de algo tão devastador, que nos dá a dimensão do quanto somos frágeis quando atingidos por essas manifestações da natureza"... Vivemos na terra dos contrastes. O Brasil um país tão rico e seu povo tão pobre. Celeiro para o mundo e tanta gente passando fome. Somos pequenos diantes das impossibilidades políticas também, infelizmente. Acho que a nossa realidade é ruim, mas não se compara a do Japão. E acho que a gente nem tem condições de medir o que aconteceu lá, em relação á medida do sofrimento desse povo... Perder tudo, a cidade inteira? Desolador!

Anônimo disse...

O Japão, mais uma vez, dará a volta por cima...
Abraço,s
Raí