sábado, 22 de maio de 2010

Inesquecível Mainha

Minha avó materna Mainha,
em frente à Vila Potiguar,
em Natal, posando para foto.
Foto: Arquivo pessoal
Arte: Josselene Marques



Nesta data, se entre nós ela ainda estivesse, comemoraríamos o seu 104° aniversário. Há quase 29 anos, um infarto do miocárdio motivou sua partida, nos privando de sua presença física.

Com ela aprendi muito do que sei; principalmente, os valores éticos e morais e a História Sagrada – que ela gostava de ler para mim. Também me ensinou a preparar os alimentos, a plantar, a cozinhar com carvão - quando faltava o gás. Naquela época, era comum o uso dos fogareiros e a preocupação com o meio ambiente era mínima, pois a maioria não tinha consciência dos danos que suas ações, aparentemente inofensivas, poderiam causar.

Amadureci cedo, pois Mainha – era assim que seus netos a chamavam – me transmitiu uma boa parte de sua experiência de vida. Menina obediente, eu costumava ouvir e seguir os seus conselhos, que sempre valorizei.

Por muitos anos, no período da manhã, fui sua única companhia. Na casa de minha avó, moravam mais duas pessoas: uma de suas filhas e uma neta. Ambas saíam para trabalhar e eu, de volta das aulas de educação física e handebol, ficava com ela até que as mesmas retornassem.

Essa convivência diária, além de enriquecedora, era prazerosa, pois nos entendíamos muito bem. Compreensiva e complacente, raramente, me recriminava por minhas faltas - e, desta mesma forma, ela agia com os demais. Preferia me mostrar as desvantagens de insistir em algo que poderia causar danos a mim mesma ou a outrem.

Ficou viúva, aos 32 anos, numa quinta-feira da Semana Santa, e resolveu dedicar-se, incansavelmente, ao trabalho e à família. Preocupava-se com todos e, apesar das poucas posses, sempre arranjava um jeito de ajudar aos que a ela recorriam – inclusive desconhecidos. Sua vida foi um exemplo. Suas lições jamais foram esquecidas e sua descendência é a prova real de que seu desprendimento e seus esforços não foram em vão.Copyright © Josselene Marques
Todos os direitos reservados

5 comentários:

A R Gurgel disse...

Você falava de sua avó e eu lembrava de meu avô materno. Como era prazerosa nossa relação com ele! Uma crônica recheada de boas lembranças. Boa Noite e uma ótima semana. Abraço.

Anônimo disse...

Como é bom sentir saudades gratificantes e edficadora a nossas vidas, fico também na lembrança tão quanto apreendi com o meu avô...como é bom ter BOAS lembranças, sinal que somos bem amadas. Um abraço. Gérria

Anônimo disse...

Gosto de escrever, também, sobre meus parentes mais próximos. Talvez seja uma forma de retribuir o carinho e o tempo que dedicaram a mim. Bonita história, Josselene.
Abraço,s
Raí

Mágda Marques disse...

Inesquecível mesmo! Mainha era uma pessoa rara; forte, e ao mesmo tempo suave... autodidata, e de uma sabedoria que só se adquire com as lutas da vida... Muita saudade, sempre!

Anônimo disse...

Valeu Celene

Pela lembrança de nossa grande avó. Que continua conosco, pedindo a Deus por nós. Lindo. Lindo. Lindo.

Parabéns!!!!

Joscelito Marques