quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Primazia do bem particular sobre bem comum



Imagem: WEB

Toda vez que alguém, unicamente, prioriza o bem particular, o bem comum fica ameaçado.



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sábado, 24 de outubro de 2009

Saber viver...


Imagens do Clip-art
Montagem: Josselene

Hoje, de súbito, me veio à mente a lembrança de uma pessoa que me chamou a atenção, em um transporte coletivo, no início desta semana.

Logo que entrei no ônibus, fui cumprimentada por um jovem senhor que, observei em seguida, interagia facilmente com todos os passageiros aos quais tratava por “irmão” ou “irmã” – eis a razão do seu apelido: Irmão. Conhecido lavador de carros, com problemas neurológicos, ganha o seu pão diário trabalhando no estacionamento da ponte Jerônimo Rosado. É surpreendente a forma como se comunica com todos e, mais ainda, a filosofia contida em suas palavras. Felizmente, o comprometimento mental não impede que ele nos brinde com sua sabedoria e seu otimismo diante da vida.

Em determinado momento do percurso, quando passamos próximo ao Cemitério São Sebastião, ele disse: “Vejam, essa aí é a casa de todos nós: do rico, do pobre, do normal e do doido. Todo mundo vem morar aí. Nós somos velas acesas. A qualquer hora, vamos apagar. Por isso, é melhor dar valor e aproveitar a vida e fazer o bem.”

Infelizmente, foi impossível memorizar todos os “toques” que ele deu às pessoas que lhe prestavam atenção. Cada passageiro ganhou um “Bom dia” na entrada e uma bênção na saída da condução. Seu bom humor contagiava a todos. De minha poltrona, no meio do coletivo, só o vi queixar-se uma única vez: o fato de tomar um medicamento controlado que o impossibilita de acordar mais cedo e faturar mais. Ele disse: “Estou atrasado. Já deixei de lavar pelo menos três carros. É isso mesmo, mas Deus vai ajudar.”

Já no meu ambiente de trabalho, me pus a refletir: quantas vezes nós – que temos formação acadêmica, emprego e salário garantidos e somos saudáveis mental e fisicamente - enfrentamos o dia ou chegamos ao final dele de mau humor, nos lamentando, nos sentindo infelizes porque o mundo não gira da forma e no tempo que, egoisticamente, desejamos? Pensando bem, isto chega a ser uma afronta ao nosso Deus – ainda mais se considerarmos os desvalidos espalhados pelo mundo. Façamos, então, como este sábio Irmão que, apesar das limitações mentais, consegue enxergar e valorizar o presente que ganhamos todos os dias: a oportunidade de renascer junto com o sol e encher de luz as nossas vidas. É mister que aprendamos a viver, pois, na maioria das vezes, somos felizes e privilegiados e não nos damos conta disto.

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O ontem...


Imagem: WEB

No ontem, estão nossas experiências,
Lembranças, alegrias e tristezas.
No ontem, depositamos parte da existência.
Dele podemos tirar lições para o hoje
E alterar positivamente - ou não - o amanhã.
O ontem também pode ser revivido,
Através das boas recordações,
Ou esquecido, mas jamais negado,
Pois faz parte da história de cada um.



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O hoje...

Imagem: WEB



O hoje é uma dádiva.
É nele que criamos os sonhos.
O hoje deve ser intensamente vivido
E sabiamente compartilhado.
O hoje é fruto das escolhas que fazemos
E das quais depende o nosso futuro.
O hoje passa num piscar de olhos...
- Não percamos tempo: acreditemos,
Façamos, amemos, vivamos!
Se, por comodismo ou medo, o adiamos,
Apenas estaremos existindo
E impedindo que o amanhã chegue.



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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Amanhã...

Imagem: WEB

Amanhã será um dia diferente:
Bem melhor que hoje.
Amanhã estarei mais leve,
Após uma boa noite de sono.
Amanhã, preocupações
E aborrecimentos, deste dia,
Estarão minimizados,
Pois já farão parte do passado.
Amanhã, renascerei com o sol e, renovada,
Verei o mundo mais colorido,
Carregarei os meus fardos com mais disposição.
E assim vou vivendo: cumprindo a minha missão
E os planos de Deus – Pai de todos nós.



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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Escolhas...




Vivemos em função de escolhas, embora nem sempre possamos ter o que queremos. Todavia, algo é certo: na maioria das vezes, recebemos o que merecemos.


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domingo, 18 de outubro de 2009

Um ano de Expressão e Revelação

Clique na imagem para ampliá-la.


Neste mês corrente, os meus espaços virtuais estão completando um ano de existência. Na verdade, eu sou membro do Blogger desde o final de setembro de 2008, mas, só comecei a postar em 04.10.2008. Infelizmente, perdi as primeiras postagens e comentários devido a um problema técnico. Considerando as postagens salvas, eles fizeram aniversário no último dia 7.

Dentro do meu reduzido tempo, ainda estou tentando organizá-los melhor. O Expressão é um blog de variedades enquanto que o Revelação é mais literário.
Ambos começaram tímidos e, paulatinamente, foram crescendo em atividade criadora e conteúdo. Hoje, escrevo quase que diariamente, salvo algum contratempo. Através deles, descobri que posso ajudar muitas pessoas a refletirem e também interagir com elas. Parece contraditório, mas para mim eles são um misto de lazer e responsabilidade. Têm sido minhas válvulas de escape, quando a mente cansa de estudar ou as preocupações do cotidiano teimam em aflorar. Escrevo com amor cada palavra, frase ou texto que publico. Só tenho a agradecer a companhia e o acesso de todos os visitantes. Até o momento, com o mínimo de divulgação, foram cerca de 1000 visualizações de perfil, 420 postagens e 21.091 acessos e centenas de comentários.

Agradeço imensamente a vocês que me honram com suas visitas, que dedicam um pouco de seu precioso tempo para ler os meus escritos e, principalmente, àqueles que me deixam comentários incentivadores e elogiosos. Eles funcionam como combustível para que eu me motive a escrever cada vez mais.

Obrigada. Obrigada mesmo!


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sábado, 17 de outubro de 2009

Além do e no meu campo de visão...

Imagem: WEB



Além do meu campo de visão estão:
O futuro,
O desconhecido,
O inesperado,
As renúncias,
Mas, sobretudo,
A esperança de dias melhores.

No meu campo de visão estão:
O presente,
As pessoas que amo
E as que procuro amar,
As escolhas,
E, acima de tudo,
O desejo de ser feliz.
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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

As vantagens de ser professor

Comemoração do Dia do Professor na escola regular.

Foto: Max Maia


Ontem, Dia do Professor, quis sair do comum e deixar um pouco de lado o que, de alguma forma, me aborrece, entristece ou desestimula nesta profissão.



Como tudo na vida, ser professor tem suas vantagens e desvantagens. Já que todos sabem as desvantagens - de cor e salteado -, vou escrever sobre as vantagens de realizar o belo trabalho de contribuir para a formação dos homens do futuro.


Para começo de reflexão, se você quer ver alguma vantagem em ser professor, precisa fazer ou ter feito esta escolha por vocação, jamais por status ou por dinheiro. Se este é o seu caso, provavelmente, concordará comigo em vários pontos:



* ao ensinar nós também aprendemos e nos atualizamos todos os dias;
* convivemos com alunos de diferentes faixas etárias e adquirimos mais experiência em tempo recorde;
* somos pontes e fontes, ao mediar o conhecimento, além de ajudarmos a construir um mundo mais justo e solidário de pessoas conscientes, críticas e que reivindicam seus direitos;
* ao ministrarmos aulas, podemos conquistar o respeito, a amizade e a admiração dos nossos alunos para o resto da vida;

*temos amigos nos mais diferentes setores da sociedade. É bastante comum encontrarmos alunos e ex-alunos que, na maioria das vezes, nos recebem com um sorriso de satisfação e relembram, com saudade, o tempo passado nos bancos escolares - isto é gratificante;

* vez por outra, somos surpreendidos com gestos de carinho e gratidão que fazem nossa autoestima ir às alturas;

* e depois da missão cumprida, de ambas as partes, sentimos prazer e alegria ao vê-los brilhando. Sabermos que temos uma parcela de contribuição no seu êxito é impagável. Este resultado concreto do nosso trabalho é uma prova da relevância desta profissão.

Para ilustrar, vou lhe contar alguns exemplos de situações que só o privilégio de ser professora me fez viver...

Há poucos anos, fui a uma missa, na catedral da cidade onde nasci. Segundo ouvi, em uma rádio local, lá iria acontecer uma cerimônia de diaconato (na hierarquia da Igreja Romana, é a primeira ordem clerical – a que antecede ao presbitério) de dois ex-alunos meus. Missa solene. Igreja lotada. Na hora da comunhão, foram formadas várias filas para distribuição das hóstias consagradas. Tomando como base a minha localização, optei pela fila mais próxima, justamente, uma na qual quem distribuía a Eucaristia era um dos novos diáconos. Ele fora meu aluno nos dois últimos anos do ensino médio. Oriundo de uma pequena cidade, estudando, simultaneamente, no seminário e numa escola particular de ensino regular, ele se afeiçoara a mim porque sempre procurei ajudá-lo a superar algumas deficiências do estudo básico, realizado em sua cidade natal. Costumava lhe emprestar gramáticas, paradidáticos e lhe tirar dúvidas, sempre que solicitada. Em síntese, nos tornamos amigos. Era admirável o seu interesse pelos estudos e isso nos aproximava. Ele tinha sede de aprender e eu de ensinar. Após a conclusão do curso, o jovem aluno foi para um estado vizinho dar continuidade aos estudos, pois realmente tinha vocação para padre e, então, perdemos o contato. Nosso reencontro foi, exatamente, na hora da Comunhão. Quando chegou a minha vez de receber o Corpo de Cristo e, ele me viu, ficou tão surpreso e feliz que ao invés de dizer “o Corpo de Cristo”, ele disse: “professora!!!” Imagine a cena: todas as pessoas próximas ficaram olhando, tentando entender o comportamento do meu querido ex-aluno.




Eu e três ex-alunos nota 10

(Paula Virgínia, Paulo Renato e Vanessa)

na Exposição Cultural, Científica e Tecnológica do IFRN

Elas estão caracterizadas de Chiquititas

e ele, de dançarino de tango.

Foto: arquivo pessoal




Recentemente, fui a uma exposição no IFRN (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte) a convite de uma ex-aluna. Ela foi ao meu local de trabalho, exclusivamente, para me fazer o convite. Atendi. Não poderia recusar. Lá chegando, mais uma bela surpresa: dezenas de ex-alunos me cumprimentado, abraçando, elogiando, relembrando e reconhecendo a importância da passagem desta professora em suas vidas. Foi maravilhoso. Senti-me realizada e em casa.

Eu e Emanuella, aluna do AEE
Foto: arquivo pessoal



No atendimento educacional especializado, aos alunos com deficiência, aprendo lições diárias com aquelas crianças. Elas me surpreendem todos os dias e, geralmente, nos despedimos a contragosto, após cada aula.


Ontem, recebi várias mensagens dos alunos da escola regular e duas delas reforçam o que tentei mostrar até momento: as vantagens de ser professor. Na primeira, o aluno Pedro Henrique escreveu o seguinte: O professor, para mim, é como uma luz que ilumina o melhor caminho para a gente seguir”. Na segunda, da aluna Luana Karoline, estava escrito: Josselene, você é a chave que abre a porta do meu futuro.”

Então, eu lhe pergunto: vale ou não vale a pena ser professor?









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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Educai as crianças...

Imagens: WEB
Montagem: Josselene
Clique na imagem para ampliar.


Hoje, 12 de outubro, é feriado nacional. Os brasileiros comemoram o dia de sua padroeira Nossa Senhora da Conceição Aparecida, o Dia da Criança, do Descobrimento da América e do Mar.


Aproveito o Dia da Criança para refletir, e o primeiro pensamento que me ocorre é a lembrança de uma citação do filósofo e matemático grego Pitágoras – aquele do famoso teorema – que, em sua sabedoria, nos deixou esta pérola: “Educai as crianças para que não seja necessário punir os adultos.”

Diariamente, em meu trabalho, convivo com crianças de diferentes classes sociais. Além de contribuir para a construção de seu conhecimento formal, naturalmente, procuro educá-las.

Venho observando que, nos últimos anos, tem aumentado consideravelmente o número de crianças que não recebem, em seus lares, aquelas orientações elementares de normas de conduta e relacionamento, pois são raros os pais que estão preparados, emocionalmente, para ensinar aos seus filhos - devido a esta correria do dia-a-dia e aos desajustes familiares -, isto sem contar com os casos de abandono voluntário de milhares e milhares de crianças. Acredito que se a tarefa de educar fosse bem dividida entre a escola, a família e o Estado, o resultado final poderia melhorar. Você há de concordar comigo que a escola não faz milagres, não é mesmo?

Há situações mais graves: crianças que vivem na pobreza absoluta. Estas sequer têm acesso à escola. É lamentável vê-las maltrapilhas e sujas perambulando pelas ruas ou esmolando nos semáforos, assaltando, furtando para garantirem a sobrevivência enquanto seus pais desempregados se drogam para não enfrentarem a miséria na qual vivem, muitas vezes, por falta de uma oportunidade ou indisposição para lutar por uma vida digna. Muitos desses pais foram crianças abandonadas no passado. Não esqueçamos disto! Que tal tentarmos evitar que isto se repita nos anos vindouros?

Que futuro podem esperar estas crianças se nem as necessidades básicas lhes são satisfeitas e o encaminhamento, a formação e o cuidado também lhes faltam?

Precisamos ter consciência de que enquanto crianças forem geradas irresponsavelmente e/ou viverem neste sistema injusto, no qual muitos possuem pouco e poucos possuem muito, somente algumas privilegiadas terão motivos e condições para comemorar uma data como esta.

Particularmente, ainda sonho com um mundo onde haja igualdade e boas condições de vida para todos, e as crianças sejam respeitadas e recebam carinho e cuidado para crescerem fortes, saudáveis, conscientes e solidárias a fim de que tenhamos um amanhã promissor. Afinal, ele será feito pelas crianças, de hoje, que sobreviverem. É urgente, portanto, que tomemos providências – em nossas áreas de atuação podemos fazer a nossa parte -, caso contrário, infelizmente, jamais desfrutaremos de dias melhores.

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sábado, 10 de outubro de 2009

Sonho azul da cor do mar

Imagem: WEB



Os primeiros raios de sol iluminavam aquele paraíso natural enquanto uma jovem mulher caminhava solitária pela extensão da praia. À sua direita, a imensidão do mar. À sua esquerda, ainda fechados, alguns casebres de pescadores. Todos dormiam enquanto ela sonhava acordada. À sua frente, o desconhecido, o imprevisível – quiçá -, a realização de seus sonhos. Atrás de si, luta, êxito, reconhecimento, renúncia, alegria, tristeza, lembrança e saudade...
Com os pés descalços, absorvia a energia que emanava do solo arenoso e úmido e liberava a sua, enquanto vencia cada palmo de terra. Apreciava aquele contato, aquela troca. Parecia flutuar perdida em seus pensamentos. Vestia azul, azul da cor do mar. Sua pele clara reagia à exposição solar, tornando-se rosada. Com um movimento suave, prendeu os cabelos revoltos pelo vento.
Deliciava-se com o aroma e a cadência das ondas daquele gigante poderoso. Estava de bem consigo e com o mundo. Desfrutava, portanto, de um estado de paz interior. Sentia um prazer enorme em estar ali. E, assim, absorta, não percebeu a surpresa que lhe fora reservada: um presente do destino com a conivência do mar. Eis senão quando, uma espécie de ímã atraiu seu olhar para um ponto no horizonte. Como que por encanto, ela viu materializar-se uma embarcação. Esta se aproximava da orla a uma velocidade impressionante...
Alguns segundos depois, quando ela já se encontrava a uma curta distância, a agraciada pôde avistar o seu comandante. Não havia dúvida! Ele era, exatamente, a personificação do seu ideal de amor. Nesse instante, seu coração acelerou, a respiração se tornou ofegante, seus olhos brilharam e as palavras fugiram. A passos firmes, o seu sonho avançou em sua direção. Encararam-se. Reconheceram-se. Conversaram através do olhar e concluíram: estavam predestinados. A partir daquele instante, a sós, decidiram que não mais permaneceriam sós. Resolveram seguir juntos pela estrada da vida.

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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O Vento - Jota Quest

Imagem: WEB

Que tal uma pausa para uma bela música brasileira?
Abaixo, o link do vídeo no Youtube e a letra da canção.


Composição: Márcio Buzelin

Voe por todo mar e volte aqui
Voe por todo mar e volte aqui
Pro meu peito...

Se você for, vou te esperar
Com o pensamento que só fica em você

Aquele dia, um algo mais
Algo que eu não poderia prever
Você passou perto de mim
Sem que eu pudesse entender
Levou os meus sentidos todos pra você

Mudou a minha vida e mais
Pedi ao vento pra trazer você aqui
Morando nos meus sonhos e na minha memória
Pedi ao vento pra trazer você pra mim

Vento traz você de novo
O vento faz do meu mundo um novo
E voe por todo o mar e volte aqui
E voe por todo o mar e volte aqui
Pro meu peito...

domingo, 4 de outubro de 2009

Os argentinos se despedem de Mercedes Sosa

Mercedes Sosa, Leon Gieco, Milton Nascimento:
Corazón Americano (1986)
Google Images

Neste domingo (4), em Buenos Aires, na Argentina, faleceu Mercedes Sosa, aos 74 anos, em virtude de complicações cardiorrespiratórias. Mercedes sofria de disfunção renal progressiva e fora internada no mês passado. Considerada uma das maiores cantoras argentinas, se destacava pela sua voz potente. Deu início ao "Movimento Del Nuevo Cancionero", considerado precursor dos protestos através da música. Em consequência de sua atuação esquerdista, na política peronista, foi mandada para o exílio na Europa, em 1979. Na década de 80, com o fim da ditadura argentina (1984), ela retornou ao seu país e comemorou a volta da democracia com o espetáculo "Corazón Americano", ao lado de León Gieco e do brasileiro Milton Nascimento. Nesta mesma década, a cantora esteve no Brasil para divulgar o disco "Gente Humilde". Em 1988, ela gravou o disco "Amigos Mios", com participação de Pablo Milanés, Teresa Parodi, Cherly García, do brasileiro Raimundo Fagner, entre outros. Chegou a gravar mais de quarenta discos, recebeu título de Comendadora das Artes e das Letras, ganhou um Grammy Latino em 2000 e recebeu três indicações para o mesmo prêmio em 2009, pelo álbum "Cantora".
Hoje, a Argentina está de luto pela perda desta valiosa intérprete de sua música e porta-voz de seu povo.
Em sua homenagem, selecionei e traduzi uma composição de Violeta Parra, "Graças a la vida", que Mercedes Sosa interpretou brilhantemente. Veja que bela mensagem:


Gracias a la vida

Gracias a la vida que me ha dado tanto
(Graças à vida que me deu tanto)
Me dio dos luceros que cuando los abro
(Me deu dois luzeiros que quando os abro)
Perfecto distingo lo negro del blanco
(Perfeito distingo o preto do branco)
Y en el alto cielo su fondo estrellado
(E no alto céu seu fundo estrelado)
Y en las multitudes el hombre que yo amo
(E nas multidões o homem que eu amo )

Gracias a la vida que me ha dado tanto
(Graças à vida que me deu tanto)
Me ha dado el oído que en todo su ancho
(Me deu o ouvido que em todo seu comprimento)
Graba noche y día grillos y canarios
(Grava noite e dia grilos e canários)
Martirios, turbinas, ladridos, chubascos
(Martírios, turbinas, latidos, aguaceiros)
Y la voz tan tierna de mi bien amado
(E a voz tão terna de meu bem amado)

Gracias a la vida que me ha dado tanto
(Graças à vida que me deu tanto)
Me ha dado el sonido y el abecedario
(Me deu o som e o abecedário)
Con él, las palabras que pienso y declaro
(Com ele, as palavras que penso e declaro)
Madre, amigo, hermano
(Mãe, amigo, irmão)
Y luz alumbrando la ruta del alma del que estoy amando
(E luz iluminando a rota da alma do que estou amando)

Gracias a la vida que me ha dado tanto
(Graças à vida que me deu tanto)
Me ha dado la marcha de mis pies cansados
(Me deu a marcha de meus pés cansados)
Con ellos anduve ciudades y charcos
(Com eles andei cidades e charcos)
Playas y desiertos, montañas y llanos
(Praias e desertos, montanhas e planícies)
Y la casa tuya, tu calle y tu patio
(E a sua casa, sua rua e seu pátio)

Gracias a la vida que me ha dado tanto
(Graças à vida que me deu tanto)
Me dio el corazón que agita su marco
(Me deu o coração que agita seu marco)
Cuando miro el fruto del cerebro humano
(Quando olho o fruto do cérebro humano)
Cuando miro el bueno tan lejos del malo
(Quando olho o bom tão longe do mau)
Cuando miro el fondo de tus ojos claros
(Quando olho o fundo de seus olhos claros)

Gracias a la vida que me ha dado tanto
(Graças à vida que me deu tanto)
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto
(Me deu o riso e me deu o pranto)
Así yo distingo dicha de quebranto
(Assim eu distingo fortuna de quebranto)
Los dos materiales que forman mi canto
(Os dois materiais que formam meu canto)
Y el canto de ustedes que es el mismo canto
(E o canto de vocês que é o mesmo canto)
Y el canto de todos que es mi propio canto
(E o canto de todos que é meu próprio canto)

Gracias a la vida, gracias a la vida
(Graças à vida, graças à vida)


Fonte: http://www.cifras.com.br/cifra/violeta-parra/gracias-a-la-vida-(ver-2)

sábado, 3 de outubro de 2009

Jogos Olímpicos: Rio 2016

Cristo Redentor no Morro do Pão de Açúcar

- Rio de Janeiro -Brasil

Imagem: WEB



Nesta sexta-feira (2), o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que o Brasil será a sede dos Jogos Olímpicos de 2016. O Rio de Janeiro – a Cidade Maravilhosa – foi a concorrente escolhida. Esta vitória deixou extremamente feliz a população brasileira. Até o momento, os cariocas permanecem nas ruas e na praia de Copacabana a comemorar.

Particularmente, vejo como principais pontos positivos, desta conquista, a geração de novos postos de trabalho, melhorias na parte urbana da Cidade Maravilhosa, aumento do interesse pelo esporte e mais investimentos na segurança. Será muito bom também para os nossos países-irmãos, pois a atenção do mundo estará voltada para a América do Sul.

No entanto, surge uma preocupação: grande parte dos meus compatriotas, indubitavelmente, se distrairá com o megaevento. Sem querer estereotipar e já estereotipando, o brasileiro se envolve de maneira apaixonada em tudo quanto faz. Uma vez entretidos, por todo esse período, muitos se esquecerão de refletir, questionar e continuar reivindicando melhores condições de vida. Cientes disto, precisamos ficar atentos a fim de evitarmos que o emprego de recursos financeiros em setores essenciais seja relegado em virtude das reformas que deverão ser feitas na cidade.






Pergunto: como estará o nosso país daqui a sete anos? Infelizmente, não posso responder a esta indagação. Espero e desejo que esteja bem melhor que hoje.

Todavia, esta visão realista não me impede de, na qualidade de brasileira e patriota que sou, também me alegrar e comemorar. Realmente, não é todo dia que algo desta natureza acontece. O fato é que entraremos para a história como o primeiro país sul-americano a sediar uma olimpíada. Já é, sem dúvida, um bom motivo para deixar um pouco de lado as inquietações antecipadas e “correr para o abraço”.

Uma coisa é certa: no que depender dos brasileiros, atletas, oficiais, jornalistas e espectadores serão recebidos de braços abertos não só pelo nosso povo hospitaleiro, mas também pelo próprio Cristo.
Sejam todos bem-vindos ao Brasil!







Saiba um pouco mais:


A logomarca da candidatura carioca às Olimpíadas de 2016 é de autoria da designer carioca Ana Sother, da Sother Designer. A logo é alegre e amistosa e seus traços se referem ao Pão de Açúcar. A exclamação no lugar do numero 1, no 2016, representa a expectativa do povo carioca de sediar o evento.







Copyright © 2009 – Josselene Marques

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